quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Marcas

Imagine-se como uma jovem, que tenha cerca de 16 anos. Apesar da idade, adorava sair com os pais. Em um dia comum de sábado, voltando do teatro. No caminho para o carro, com seus pais, vocês são abordados num assalto, e sua mãe é atingida por uma arma de fogo.
Seu pai a carrega até o carro; usa à sua mão para pressionar a ferida para impedir o sangramento, mas faltando uma rua para o hospital, ela morre nos seus braços.
Seu pai começa a tomar remédios para dormir, chegando ao ponto de quase se dopar. Como ele tem que os sustentar sozinho, passa a viajar por vários dias.
Suas lagrimas todas as noites caem no travesseiro por horas, não há uma noite que você não se sinta só, sem as conversas com sua mãe ou os abraços do seu pai.
Quando estava quase no desespero, seu pai pediu para seu primo, que ficasse alguns dias com você, fazendo-a companhia. Você o adorava. Era seu melhor amigo.
Um dia ele disse que ia chegar mais tarde. Chegou diferente estava estranho, parecia tonto, aparentemente ia cair. Aos poucos foi se aproximando da sua cama, quando você ia perguntar se estava bem.
Ele te agarrou, te beijava, mas seu beijo era tão ruim quanto o próprio “fogo” para pele. Suas mãos eram como lanças pesadas machucando e forçando seus braços. Na esperança você gritou, mas seu corpo se lançou sobre o seu, você sentiu como se fosse uma tonelada caindo sobre seus pulmões, quase pararam; você não sentia mais a sua respiração, quando estava quase desmaiando pensando que era o final da dor. Suas lagrimas caíram mais uma vez, mas dessa vez a dor era outra, era a pior que já havia sentido. -A perda da Inocência.

Sentindo nojo, após ficar lúcido seu primo ainda foi capaz de ti bater. O vizinho que havia ouvido seus gritos de socorro, naquela situação, assassinou seu primo à facadas na sua frente. Ao tentar te ajudar, gritou. Seu corpo não suportava mais. Você tinha medo de te ferirem novamente, de machucarem ou de ver outra violência de pessoas morrendo na sua frente, não suportava mais.
Correu como estava, até o telhado de seu prédio. Quando ia se jogar, sentindo nojo de si mesma, o cheiro dele estava em seu corpo. Ouviu sirenes, e um jovem que gritava. Mas...
Naquele momento, fechou os olhos para se jogar. E, ouviu uma voz dizendo:
“j”-filha
- Quem é?
 “J”: Não faça isso, sou eu o Deus de sua mãe. Lembra que todos os domingos ela te chamava para ir até a igreja. Era o único programa que você não queria topar.
 - E de que isso importa. Minha vida não vale mais apena!
“J”: Sua mãe esta aqui comigo. Ela gostaria de estar ao seu lado, ser seu ombro amigo novamente, te ajudar, porém, não pode. Mas eu posso te ajudar. A decisão é sua! Sei o quanto sofreu, e sei tudo que passou. Quero te ajudar, a esquecer seu passado, basta levantar uma mão.
Naquele momento, ela estava caminhando de olhos fechados e caiu.
Mas ela levantou o braço e o bombeiro, pegou-a pelo braço. Viu que chorava, mas não dava para descrever o sentimento, era um tipo de arrependimento com uma espécie de felicidade por trás.
Quando ela havia se vestido, viu seu pai o abraçou com toda sua força e fechou os olhos, ouvindo Jesus.
“J”: Sua vida começa agora, te devolvo sua dignidade, sua família, sua inocência.

No final dessa história, não posso por fim já que é um novo começo.

Escrito Por: Guilherme Mendonça

Segundo vídeo:

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